Tão misterioso quanto a memória, somente o esquecimento. Esquecer muitas vezes pode ser uma dádiva. Não rememorar certos sentimentos, não trazer a tona emoções já fatigados, ou afetos remendados.
Porém, em contrapartida, lembrar é a única coisa que nos resta. Sonhar de olhos abertos, colocar o tempo para dormir. Sentir que nada ficou de fato para trás. Nem mesmo pessoas, das quais muitas vezes só restam pistas de sua existência na terra.
O mistério continua palpável demais, mesmo quando somos engolidos por tudo que exige nossa presença física, que demanda nossa atenção roubando nossos sentidos. Uma pausa entre o que foi e o que será continua sendo uma busca. Mesmo que no fim das contas, simplesmente existimos e sentimos, e nos lembramos e esquecemos. Mas acima de tudo somos.
O que afinal?