A manhã e eu
Eu te amo
como as manhãs que cintilam desgovernadas no mundo.
Simplesmente não deviam existir,
se essa bola azul flutuando no espaço não realizasse teimosamente sua rotação,
em torno de si mesma e do sol.
Não fosse essa loucura, era para ser pura escuridão
e existiriam animais exclusivamente noturnos.
Mas quis Deus que a luz surgisse,
atravessando a noite eterna e rompendo seu mistério,
com uma ferocidade nunca imaginada.
Rompendo uma camada densa,
e inquestionavelmente nos forçando ao seu movimento infinito de apagar e acender.
Assim como quis a vida que eu te amasse sem mais por quê.
Sendo assim, a manhã e eu,
ambos obstinados, valentes e sofridos.
Pois somente aquilo que rompe,
entende a força necessária para adentrar,
sem que para isso tivesse sido convidado.
Tiane Maga
Enviado por Tiane Maga em 17/01/2025
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